That's Not Me
A cork on the ocean floating over the raging sea
- Sep 14, 2022
- 108
Desde que voltei a piorar eu escrevo um pouco para tirar algumas coisas do meu peito. Eu não sei escrever, mas isso não importa muito, certo? Eu pensei em fazer uma thread aqui e ir colocando alguns que eu gostar. Eu talvez fique melhor com o tempo. Isso é uma abordagem terapêutica para mim mesmo, então nem sei se estou na sessão correta.
Estes dois eu escrevi anteontem e hoje de manhã. O primeiro é até bem legal, mas eu não gostei da ultima estrofe. Eu talvez volte nele para melhorar em breve. Eu tentei deixar todos com 14 ou 15 silabas poéticas e com rimas ricas, mas alguns escaparam. O segundo não tem nenhuma métrica ou rima proposital, é só para passar uma imagem de que eu já estou podre por dentro há muito tempo e que só agora as larvas começaram a sair para fora. As pessoas só percebem que algo está podre quando as larvas já estão saindo, mas as vezes já não tem nada aproveitável muito antes disso.
Me deitei na grama enquanto todos ainda dormiam
O orvalho gelado e sol fraco da alvorada
Fizeram um contraste que achei tão engraçado
O cheiro da terra fresca e os insetos me abraçaram
As nuvens se mexendo e a grama mal cortada
Acalmaram minha cabeça, dissolvendo meu passado
(A/B/C/A/B/C)
Eu achei que tinha encontrado a fatia de alegria
Que o mundo, talvez, tivesse deixado reservado
Poderia um dia eu ser tudo aquilo que queria
Se o brilho no meu peito resistisse ao tornado
As pessoas a minha volta não pareciam tão vazias
O preto do meu olho não parecia desbotado
(D/C/D/C/D/C)
Minha pele o sol não esquenta como fazia antigamente
O contraste engraçado hoje me deixa hesitante
O gelado do orvalho, como tudo, é passado
Em pouco tempo o meu brilho foi todo desperdiçado
Procurei não me envolver enquanto olhava ele fugir
Agora resta carne sem uma alma para suprir
(E/E/F/F/G/G)
A minha porção de sol por tanto tempo prometida
Não segurei como devia e hoje a culpa me consome
De madrugada ela chora e não me deixa esquecer
Dos sonhos dessa criança que foi mal compreendida
Aquilo que sufoco, intrínseco do meu ser
Com sorrisos disfarço a partir do amanhecer
(H/I/J/H/J/J)
----------
As larvas já estão saindo
De baixo das suas unhas
De dentro da sua roupa
Para fora do seu nariz
O cheiro das larvas é forte
As pessoas estão fugindo
Para longe da sua vida
Para dentro do próprio umbigo
As larvas estão comendo
Por dentro do seu intestino
Passando pelo seu coração
Destruindo o que ha por dentro
As larvas estão mais fortes
Mandando no que você pensa
Controlando seu coração
Olhando pelos seus olhos
Pelado no banho agachado
Você sente as larvas saindo
Do buraco dos seus olhos
Do buraco da sua cabeça
Hoje só existem as larvas
Que formam as suas unhas
Que falam o que você pensa
Que mandam as pessoas para longe
A sua carne já estava podre
As larvas se aproveitaram
As pessoas nem perceberam
Larvas te comeram de dentro para fora
O cheiro ainda incomoda
Mas não por muito tempo
Quando o trabalho das larvas estiver feito
Outra carne elas vão procurar
E as pessoas que te esqueceram
Vão poder ter paz quando o cheiro passar
Eu estou trabalhando em um também sobre um balão. Este está bem mais difícil. Obrigado por ler. Se cuide, onde quer que você esteja.
Estes dois eu escrevi anteontem e hoje de manhã. O primeiro é até bem legal, mas eu não gostei da ultima estrofe. Eu talvez volte nele para melhorar em breve. Eu tentei deixar todos com 14 ou 15 silabas poéticas e com rimas ricas, mas alguns escaparam. O segundo não tem nenhuma métrica ou rima proposital, é só para passar uma imagem de que eu já estou podre por dentro há muito tempo e que só agora as larvas começaram a sair para fora. As pessoas só percebem que algo está podre quando as larvas já estão saindo, mas as vezes já não tem nada aproveitável muito antes disso.
Me deitei na grama enquanto todos ainda dormiam
O orvalho gelado e sol fraco da alvorada
Fizeram um contraste que achei tão engraçado
O cheiro da terra fresca e os insetos me abraçaram
As nuvens se mexendo e a grama mal cortada
Acalmaram minha cabeça, dissolvendo meu passado
(A/B/C/A/B/C)
Eu achei que tinha encontrado a fatia de alegria
Que o mundo, talvez, tivesse deixado reservado
Poderia um dia eu ser tudo aquilo que queria
Se o brilho no meu peito resistisse ao tornado
As pessoas a minha volta não pareciam tão vazias
O preto do meu olho não parecia desbotado
(D/C/D/C/D/C)
Minha pele o sol não esquenta como fazia antigamente
O contraste engraçado hoje me deixa hesitante
O gelado do orvalho, como tudo, é passado
Em pouco tempo o meu brilho foi todo desperdiçado
Procurei não me envolver enquanto olhava ele fugir
Agora resta carne sem uma alma para suprir
(E/E/F/F/G/G)
A minha porção de sol por tanto tempo prometida
Não segurei como devia e hoje a culpa me consome
De madrugada ela chora e não me deixa esquecer
Dos sonhos dessa criança que foi mal compreendida
Aquilo que sufoco, intrínseco do meu ser
Com sorrisos disfarço a partir do amanhecer
(H/I/J/H/J/J)
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As larvas já estão saindo
De baixo das suas unhas
De dentro da sua roupa
Para fora do seu nariz
O cheiro das larvas é forte
As pessoas estão fugindo
Para longe da sua vida
Para dentro do próprio umbigo
As larvas estão comendo
Por dentro do seu intestino
Passando pelo seu coração
Destruindo o que ha por dentro
As larvas estão mais fortes
Mandando no que você pensa
Controlando seu coração
Olhando pelos seus olhos
Pelado no banho agachado
Você sente as larvas saindo
Do buraco dos seus olhos
Do buraco da sua cabeça
Hoje só existem as larvas
Que formam as suas unhas
Que falam o que você pensa
Que mandam as pessoas para longe
A sua carne já estava podre
As larvas se aproveitaram
As pessoas nem perceberam
Larvas te comeram de dentro para fora
O cheiro ainda incomoda
Mas não por muito tempo
Quando o trabalho das larvas estiver feito
Outra carne elas vão procurar
E as pessoas que te esqueceram
Vão poder ter paz quando o cheiro passar
Eu estou trabalhando em um também sobre um balão. Este está bem mais difícil. Obrigado por ler. Se cuide, onde quer que você esteja.
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