milkginger
“Ano passado eu morri mas esse ano eu não morro”
- May 31, 2022
- 43
Amigos, desculpem por apostar em Pt-br minha língua nativa, estou exausta até para pensar em inglês.
Já estive aqui muitas vezes, inclusive há uns 3 anos atrás consegui SN e tomei, enquanto conversava no chat com os colegas desse fórum. Nunca senti tanto amor e paz enquanto vocês seguravam minhas mãos, fui encontrada por meu irmão porque tive medo, perto do fim, e consegui ligar pra ele. Ele viu o fórum aberto e no hospital conseguiram identificar o que eu tinha ingerido. Estive meses e meses em recuperação.
Enquanto lutava pela minha vida, sim eu lutei por ela, todas as coisas que me oprimiam continuavam ao meu redor… ser uma adulta funcional, uma Mlr bem sucedida, uma mãe exemplar… simplesmente tentar existir. Tentar sobreviver em meio a esse mundo cão, esse caos que é o Brasil, ser pobre, ser mulher, ser mãe… tudo isso é difícil demais pra mim.
Eu me agarrei a um fio. Eu me agarrei em meu filho, no sentido do que o meu ctb poderia causar nele. Um adolescente lindo, cheio de vida, sensível e que me ama profundamente.
Eu amo meu filho com todas as minhas forças, amo meu filho com todo o âmago do meu ser. E me dói profundamente deixá-lo e feri-lo.
Mas eu não consigo mais.
Viver nessa dor constante. Nessa miséria de ser humano constante… e hoje entendo que é isso que sou, humana. Eu sinto demais… eu vejo demais…
Não consigo me encaixar em absolutamente nada, em nenhum contexto.
Eu só queria ter certeza que depois daqui, existe algo melhor, que isso vai passar, que essa tonelada de conceitos, ideias, sentimentos, massa negra não estarão sobre mim após o ctb.
Assim como eu queria não causar dor na única pessoa que eu amei, a pessoa com a qual dividi a minha alma, não vivesse o resto de sua vida sob o impacto do que eu fiz. Como dizer a ele que a vida pode ser linda, que pode ser revigorante e que ele é muito amado? Como pedir que ele me perdoe e que se existir algo além dessa dimensão, eu estarei esperando ansiosamente por ele? Pelo seu sorriso?
Mas como dizer que mesmo assim eu não fui feita pra isso? Que eu desisti da vida, mas não desisti dele? Afinal, eu daria a minha vida pela dele?
Eu te amo, meu filho. Amo seu sorriso, seus olhos amendoados, seu senso de humor sarcástico, sua inteligência. Amo sua personalidade. Amo até seu desleixo.
Eu espero que você encontre meus diários e o caderno de capa marrom com desenho de borboletas que fiz e escrevi muitas coisas só pra você, só para os seus olhos verem! Eu estarei com você na sua formatura, no seu casamento. Estarei com você em todos os momentos. Por que é simplesmente impossível que esse amor todo que eu sinto por você, não deixe um rastro na história, na presente e na futura.
Eu te amo e te vejo no que quer que seja existe após a vida.
Se não houver nada, que meu imenso amor te guie e ilumine por onde você for!
Até mais.
Já estive aqui muitas vezes, inclusive há uns 3 anos atrás consegui SN e tomei, enquanto conversava no chat com os colegas desse fórum. Nunca senti tanto amor e paz enquanto vocês seguravam minhas mãos, fui encontrada por meu irmão porque tive medo, perto do fim, e consegui ligar pra ele. Ele viu o fórum aberto e no hospital conseguiram identificar o que eu tinha ingerido. Estive meses e meses em recuperação.
Enquanto lutava pela minha vida, sim eu lutei por ela, todas as coisas que me oprimiam continuavam ao meu redor… ser uma adulta funcional, uma Mlr bem sucedida, uma mãe exemplar… simplesmente tentar existir. Tentar sobreviver em meio a esse mundo cão, esse caos que é o Brasil, ser pobre, ser mulher, ser mãe… tudo isso é difícil demais pra mim.
Eu me agarrei a um fio. Eu me agarrei em meu filho, no sentido do que o meu ctb poderia causar nele. Um adolescente lindo, cheio de vida, sensível e que me ama profundamente.
Eu amo meu filho com todas as minhas forças, amo meu filho com todo o âmago do meu ser. E me dói profundamente deixá-lo e feri-lo.
Mas eu não consigo mais.
Viver nessa dor constante. Nessa miséria de ser humano constante… e hoje entendo que é isso que sou, humana. Eu sinto demais… eu vejo demais…
Não consigo me encaixar em absolutamente nada, em nenhum contexto.
Eu só queria ter certeza que depois daqui, existe algo melhor, que isso vai passar, que essa tonelada de conceitos, ideias, sentimentos, massa negra não estarão sobre mim após o ctb.
Assim como eu queria não causar dor na única pessoa que eu amei, a pessoa com a qual dividi a minha alma, não vivesse o resto de sua vida sob o impacto do que eu fiz. Como dizer a ele que a vida pode ser linda, que pode ser revigorante e que ele é muito amado? Como pedir que ele me perdoe e que se existir algo além dessa dimensão, eu estarei esperando ansiosamente por ele? Pelo seu sorriso?
Mas como dizer que mesmo assim eu não fui feita pra isso? Que eu desisti da vida, mas não desisti dele? Afinal, eu daria a minha vida pela dele?
Eu te amo, meu filho. Amo seu sorriso, seus olhos amendoados, seu senso de humor sarcástico, sua inteligência. Amo sua personalidade. Amo até seu desleixo.
Eu espero que você encontre meus diários e o caderno de capa marrom com desenho de borboletas que fiz e escrevi muitas coisas só pra você, só para os seus olhos verem! Eu estarei com você na sua formatura, no seu casamento. Estarei com você em todos os momentos. Por que é simplesmente impossível que esse amor todo que eu sinto por você, não deixe um rastro na história, na presente e na futura.
Eu te amo e te vejo no que quer que seja existe após a vida.
Se não houver nada, que meu imenso amor te guie e ilumine por onde você for!
Até mais.